sábado, 10 de abril de 2010

controverso

é controverso. se nao tivesses importancia iria ignorar-te e nao encontraria em ti toda a inspiração que encontro, és tu o que molda as minhas palavras, és tu quem traça com um lápis imaginário os limites da minha criatividade e és tu quem nao serve para nada. apenas para isto, e falando assim parece que isto é pouco mas é muito. "isto" é ainda o que me faz escrever. a minha escrita é uma escrita de restos. eu preciso de escrever, preciso por mim, para sentir que ainda tenho qualquer coisa cá dentro mas torna-se tudo tao absurdo e controverso quando estou no meio da rua e me surge uma ideia que repito até casa e no momento em que me disponho a escrever desaparece, e depois surge o desejo de escrever de escrever qualquer coisa apenas para matar esta sede. ainda me estou a habituar a escrever sobre outros assuntos. mas tu és sempre a minha ultima fonte de inspiração, é ainda em ti que encontro muito material. É tao triste ter imensas ideias e nao as conseguir passar para o papel, sinto-me inutil quando chego a casa com uma mão cheia de ideias e um coraçao vazio para as transportar para palavras. É preciso ter mais do que ideias para as palavras que escrevemos terem sentido e eu ja perdi a conta ás coisas que, depois de escrever, re-li e pensei que há muito tempo que o sentido deixou de fazer parte da minha vida. o pior ainda é o sentido restar apenas em ti. agora sinto me vazia, fútil, fria, ... eu tenho completa noção de que tu entraste em mim muito antes de eu poder notar, desvaneceste-te algures entre um tempo e outros mas muito muito antes de eu dar conta. Tu não és mais do que eu com um coração cheio e sem medo de errar, de perdoar, de dar, de partilhar, de sofrer, de acabar magoada, de acreditar em ideias sem nexo mas estás tão longe que te encaro como outra pessoa. Ou talvez seja até a ideia de que se admitar que tu estás dentro de mim me traga para mais perto da realidade que tanto adio.

sábado, 3 de abril de 2010

II

Está escrito nas nossas linhas e feiçoes que nao podemos suportar mais ideias sem nexo, nao podemos ter mais fantasmas no bau ou trancados no sotão á espera de um pesadelo para sairem cá para fora. Esses fantasmas irão reencontrar-nos quase como que a sombra descobre quem a faz e sao fortes, muito mais fortes do que nós, as pessoas que os têm, pensamos. Não serve de nada agarrar em todas imagens boas atirar com cada fragmento de cada uma, essas imagens irão perseguir os nossos passos , devorar as nossas palavras e saborear as nossas ideias. vao repelir-nos do que sentimos. as experiencias vao ser mais frustrantes e tornam-se escuras, neutras, num impasse que cativa os erros. Tendemos a direccionar-mo-nos para o que nao temos. descobrimos partes de no´s qe antes nao estavam iluminadas. somos um puzzle, cada pessoa terá a sua peça, e vai jogar como quiser. os momentos deixarão saudades do que antes foi, e nao volta a ser. tem apenas um sentido: aquele que quisermos dar, exteriorizando os receios e choros. Não posso desejar uma coisa real e concreta quando tudo o que tenho são ilusões, alusões a contos de fadas e historias de encantar: pseudo-perfeitas em que a verdade dita absoluta não passava dum atributo dado pela camuflagem que cada um faz de si e leva à camuflagem de todo um mundo que afinal nao é tao perfeito assim. As coisas reais sao as que mais afugentamos, sao as mais duras, sao aquelas que podiam perfeitamente partirnos aos bocados e quebrar ate o maior ego. sao as pessoas que transformam a fantasias em pesadelos que nos roubam a realidade, sao essas pessoas que deviam ficar fechadas no nosso sotão.